Marcas apostam em turnê do Oasis para impulsionar moda e consumo
- JURÍDICO FASHION

- 16 de jul.
- 2 min de leitura
Com a volta do Oasis aos palcos, uma nova onda cultural e comercial se desenha, e o mercado da moda está atento. A turnê da banda britânica, que começou no dia 4 de julho em Cardiff, tem despertado o interesse não só dos fãs nostálgicos dos anos 90, mas também de grandes marcas que enxergaram na ocasião uma oportunidade estratégica de reposicionamento, engajamento emocional e expansão global.

Burberry, Adidas, Levi’s e Stone Island foram algumas das marcas que já embarcaram no chamado “Summer Wonderwall”, criando coleções especiais, campanhas com os Gallagher e linhas limitadas voltadas ao estilo que marcou o Britpop. Os estilos icônicos da época, como jeans largos, parkas, chapéus bucket e camisetas com estampas retrô, voltaram ao radar com força, impulsionando tanto o varejo tradicional quanto o mercado de revenda e resale.
Para o Fashion Law, a produção e comercialização dessas coleções envolvem múltiplas camadas jurídicas que transitam entre contratos de licenciamento de imagem e marca, registro de coleções com referências visuais dos anos 90 (inclusive com atenção a eventuais conflitos com marcas anteriores), autorizações para venda em eventos e acordos de exclusividade com plataformas como a Oasisinet.com. É Fashion Law em plena ação.
Há também aspectos relevantes quanto ao direito de personalidade, especialmente no uso de imagem de Liam Gallagher, seus filhos e outras celebridades nas campanhas, como ocorreu no mais recente filme da Burberry. Além disso, acordos de distribuição internacional, com foco nos mercados europeu, norte-americano e asiático, exigem atenção a questões tributárias, aduaneiras e regulatórias, sobretudo quando envolvem collabs com marcas locais ou a venda de produtos em casas de show durante a turnê.
No caso específico da Adidas, por exemplo, a coleção Oasis foi lançada em pontos físicos, online e também dentro das arenas, o que levanta pontos de atenção quanto a autorizações municipais, tributação local e controle de falsificações, tema especialmente sensível em eventos de grande porte.
A Levi’s, que surfou o sucesso de “Levii’s Jeans” da Beyoncé em sua campanha anterior, agora aposta na força cultural do Oasis para captar um público mais maduro, com maior poder de compra e forte vínculo emocional com a banda. A nostalgia se transforma em estratégia de branding, e o direito entra como guardião desse processo.
Estimativas apontam que os fãs do Oasis no Reino Unido devem gastar cerca de 1,06 bilhão de libras durante a turnê, ultrapassando até mesmo os números da Eras Tour, de Taylor Swift. Isso reforça o papel dos eventos culturais como catalisadores de tendências e consumo, e mostra como o Direito da Moda precisa estar preparado para acompanhar esse ritmo, oferecendo suporte estratégico para contratos, proteção de ativos, estruturação de colaborações e análise de riscos.
Independentemente de a turnê se concretizar até o fim ou ser marcada por novos atritos entre os irmãos Gallagher, uma coisa é certa: o momento já movimentou o setor e consolidou uma das tendências mais fortes do ano. Para quem atua com Fashion Law, entender esse cenário é mais do que acompanhar um fenômeno cultural, é decifrar as engrenagens jurídicas que o sustentam.
Para participar de discussões exclusivas sobre Fashion Law em tempo real, cadastre-se na comunidade através do link: https://www.juridicofashion.com/páginadacomunidade



Comentários