Gestão, governança e estratégia no luxo acessível: o marco histórico da Alpargatas e o olhar jurídico sobre o desempenho da Havaianas
- JURÍDICO FASHION

- 21 de nov.
- 2 min de leitura
A Alpargatas S.A., controladora da icônica Havaianas, acaba de registrar o melhor Ebitda ajustado nominal de sua história, atingindo R$ 255,7 milhões no terceiro trimestre de 2025 — um salto de 86,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. O desempenho, considerado histórico, impulsionou as ações da companhia em quase 11%, sinalizando um movimento de confiança do mercado e consolidando a força do grupo no segmento do luxo acessível.

A alta rentabilidade foi impulsionada por uma série de medidas de eficiência e reestruturação, entre elas a redução de custos operacionais e a elevação da margem bruta, que passou de 47,7% para 52,5%. Embora o volume de vendas no Brasil tenha recuado 3,1%, as exportações cresceram 7%, com destaque para a Europa e para a reorganização da operação norte-americana, prevista para 2026.
No campo estratégico, a Alpargatas confirmou que não exercerá a opção de compra da totalidade da marca Rothy’s, mantendo-se apenas como acionista relevante e membro do conselho. A decisão, vista como sinal de prudência financeira, reflete uma governança corporativa orientada à responsabilidade e à sustentabilidade, pilares fundamentais nas empresas de moda que operam em escala global.
Sob a ótica do Direito da Moda, o caso Alpargatas oferece reflexões importantes sobre:
• Governança e compliance corporativo: a transparência na comunicação com o mercado, a adequação às normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o dever fiduciário dos administradores reforçam a segurança jurídica e a credibilidade da empresa.
• Gestão de contratos de investimento e participações: a decisão de não adquirir integralmente a Rothy’s exemplifica como cláusulas de opção de compra, vesting e direitos de governança impactam o controle societário e o planejamento estratégico.
• Direito concorrencial e proteção de marca: ao expandir sua presença internacional e reforçar o posicionamento da Havaianas, a Alpargatas demonstra como decisões empresariais também se conectam à proteção de brand equity e à defesa da marca como ativo jurídico e econômico.
O crescimento financeiro e jurídico da companhia traduz a importância de uma estrutura empresarial sólida no setor da moda — que vai além do design e do branding, alcançando a essência do Fashion Business Law: um equilíbrio entre criatividade, gestão e segurança jurídica.
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