Expansão internacional de marca: Ryzí inaugura primeiro espaço nos Estados Unidos
- JURÍDICO FASHION

- 16 de nov.
- 2 min de leitura
A Ryzí, marca brasileira de acessórios conhecida por seu design contemporâneo e sofisticado, acaba de dar um passo decisivo rumo à consolidação internacional. Em 23 de outubro, a label inaugurou sua primeira pop-up store nos Estados Unidos, localizada na icônica boutique 3NY, em SoHo, Nova York, um dos bairros mais criativos e cosmopolitas do mundo da moda.

A iniciativa, que permanecerá ativa até dezembro, faz parte da estratégia de expansão global da marca e reforça o movimento de internacionalização de labels brasileiras que vêm conquistando espaço em grandes centros de consumo. A pop-up apresenta uma curadoria de bolsas e acessórios, incluindo lançamentos inéditos, e integra uma agenda de crescimento que já contempla a presença da marca na plataforma Farfetch, operações de atacado internacional e participação em uma pop-up em Paris durante os Jogos Olímpicos de 2024.
Mais do que uma ação comercial, o ingresso da Ryzí no mercado norte-americano revela um importante estudo de caso jurídico-empresarial dentro do contexto do Fashion Law. Expandir uma marca para o exterior exige não apenas planejamento estético e estratégico, mas também uma estrutura legal sólida, capaz de proteger o patrimônio intangível da marca — seu nome, identidade, design e imagem — em um novo território.
Nesse processo, o registro internacional da marca (por meio do Protocolo de Madri ou registro local junto ao USPTO, no caso dos Estados Unidos) é um dos primeiros passos cruciais. Ele garante que a identidade da Ryzí seja legalmente protegida, evitando o risco de contrafações ou usos indevidos por terceiros. Além disso, a estruturação contratual com boutiques, distribuidores e parceiros internacionais deve ser cuidadosamente elaborada, incluindo cláusulas que regulem exclusividade, royalties, direitos de imagem e obrigações de fornecimento — pontos que frequentemente se tornam objeto de disputas no cenário internacional da moda.
Outro aspecto relevante diz respeito à conformidade tributária e aduaneira. A exportação de produtos de moda envolve o cumprimento de normas alfandegárias, certificações e regras fiscais específicas de cada país, especialmente quando há venda direta ao consumidor final. Uma assessoria jurídica especializada é essencial para que o processo ocorra de forma segura e alinhada às legislações locais.
Por fim, há um componente estratégico que conecta o jurídico ao branding: a gestão da reputação global. Em mercados como o norte-americano, onde o consumidor valoriza autenticidade, propósito e valores de marca, a consistência entre discurso e prática é essencial. Qualquer desvio ético, ambiental ou social pode gerar repercussões jurídicas e reputacionais severas — razão pela qual empresas em expansão internacional devem investir também em compliance socioambiental e políticas internas alinhadas à governança ESG.
A trajetória da Ryzí reforça como o crescimento internacional de uma marca de moda requer mais do que visão criativa: exige planejamento jurídico, inteligência estratégica e proteção de ativos intangíveis. No universo do Direito da Moda, cada novo país representa uma nova jurisdição — e, portanto, uma nova camada de responsabilidade e estratégia.
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