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Como a estratégia digital transformou a Vizzela em potência da beleza e o que isso ensina sobre Direito da Moda & Cosméticos

A trajetória da Vizzela é um dos cases mais emblemáticos dos últimos anos no mercado brasileiro de cosméticos. Fundada em 2019 por Aline Waiser e Mariana Piccolomini, a marca nasceu de uma indústria familiar que sempre operou como fabricante terceirizada, mas que enxergou no digital a oportunidade de construir sua própria identidade. Em pouco tempo, transformou-se em potência capaz de crescer 50% ao ano e ocupar mais de 12 mil pontos de venda em todo o país, sustentada por estética jovem, comunicação marcante e forte presença nas redes.


Como a estratégia digital transformou a Vizzela em potência da beleza e o que isso ensina sobre Direito da Moda & Cosméticos
Imagem/reprodução: Vizzela

Mas nada disso acontece sem estrutura. O crescimento de uma marca de beleza envolve muito mais do que escolher paletas de cores, criar produtos inovadores ou distribuir press kits. Ele exige maturidade jurídica, visão estratégica e compreensão das leis que regem tanto o setor da moda quanto o universo cosmético, que compartilham desafios semelhantes: propriedade intelectual, comunicação responsável, contratos, licenciamento, expansão empresarial e proteção de imagem.


Desde o início, a Vizzela entendeu que precisava de uma narrativa digital potente. Os press kits personalizados e estrategicamente enviados a influenciadoras em 2019 foram decisivos para tornar a marca visível, especialmente porque entregavam mais do que produto: entregavam storytelling. E storytelling, quando bem construído, atrai público — mas também exige atenção legal. Toda ação de marketing digital demanda contratos claros com influenciadoras, cláusulas de confidencialidade sobre lançamentos, definição precisa de entregáveis, regras sobre uso de imagem e diretrizes alinhadas às normas do CONAR. O impacto pode ser positivo quando tudo é bem estruturado; mas, quando não é, o risco jurídico se torna proporcional ao alcance da campanha.


Outro ponto essencial é a proteção da identidade visual da marca. A Vizzela aposta em estética lúdica e comunicação vibrante, o que reforça a importância de registrar marca, embalagens, padrões gráficos e elementos distintivos. O setor de cosméticos é um dos mais suscetíveis a cópias, réplicas e estratégias de “apropriação visual” por concorrentes. Sem registro prévio, o prejuízo pode ser irreversível — especialmente quando a marca se torna desejada. O Fashion & Beauty Law atua exatamente para evitar que a identidade construída com investimento alto seja utilizada indevidamente por terceiros.


A relação da Vizzela com influenciadoras também expõe a necessidade de contratos cuidadosamente elaborados. Ao manter cerca de 50 influenciadoras fixas e parcerias pontuais, a marca precisa garantir padronização documental para evitar interpretações ambíguas. Questões como exclusividade, remuneração, diretrizes de publicidade, advertências legais, métricas de desempenho e responsabilidade pela divulgação devem ser amarradas contratualmente. Além disso, a presença constante da fundadora nas redes gera uma camada adicional de proteção jurídica: ao mesmo tempo que aproxima o público, exige cuidados com exposição, preservação de imagem da marca e limites claros entre comunicação institucional e comunicação pessoal.


Outro elemento relevante do crescimento da Vizzela é sua expansão do digital para o varejo físico. Quando uma marca amplia operações, surgem novas demandas jurídicas: contratos com distribuidores, negociações com redes varejistas, logística, garantias, acordos de fornecimento, padronização de embalagens, regulamentação da ANVISA e adequação à legislação ambiental e de rotulagem. A expansão física é consequência direta da força digital, mas não pode acontecer sem compliance rigoroso — especialmente quando falamos de produtos que entram em contato direto com a pele do consumidor.


Esse movimento confirma uma tendência global: marcas que nascem nas redes sociais são capazes de transformar engajamento em performance real — mas somente quando há estrutura jurídica para sustentá-las. A Vizzela não é apenas um case de comunicação bem feita; é um case de profissionalização de marca. E esse é o ponto central para estudantes, designers, empresários e empreendedores da área de moda e beleza: entender que criatividade é essencial, mas não suficiente. Negócio nenhum cresce sem contratos, sem registro de marca, sem planejamento societário, sem diretrizes claras para marketing de influência, sem compliance e sem governança.


A consolidação da Vizzela como força emergente reforça como o digital redefine trajetórias, mas também como o Fashion & Beauty Law se torna indispensável para garantir que essa trajetória seja segura, sustentável e escalável. No fim, visibilidade só se converte em patrimônio quando existe estratégia jurídica acompanhando cada movimento.


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