Zara lança collab com Kate Moss e Bobby Gillespie: contratos de imagem e licenciamento no mundo da moda
- JURÍDICO FASHION

- 20 de jun.
- 2 min de leitura
Atualizado: 26 de jul.
A gigante espanhola Zara acaba de lançar uma coleção cápsula inspirada na estética dos festivais, unindo moda e música em uma parceria com dois nomes de peso: Kate Moss e Bobby Gillespie.

A coleção feminina, assinada por Kate e desenvolvida em parceria com a estilista Katy England, amiga de longa data da modelo, mistura sensualidade e irreverência em peças pensadas para o verão europeu de 2025. Já Gillespie, vocalista das bandas Primal Scream e The Jesus and Mary Chain, estreia na moda com a coleção masculina, marcada por referências western e peças versáteis com toque retrô.
Batizada de “The Festival Collection”, a collab apresenta itens unissex, femininos e masculinos, além de acessórios como óculos, bolsas, chaveiros e calçados. A coleção já está disponível no e-commerce da Zara e em lojas selecionadas, e marca mais um capítulo na crescente estratégia da marca de colaborar com talentos criativos externos.
Para o Fashion Law, esse tipo de lançamento é muito mais do que uma novidade estética. Ele representa um conjunto de acordos jurídicos complexos que envolvem diferentes áreas do Direito da Moda: contratos de imagem, licenciamento de marca, coautoria, exclusividade, royalties e direitos patrimoniais.

No caso de Kate Moss, trata-se de uma relação continuada com a Zara, iniciada em campanhas anteriores e reforçada por colaborações de destaque, como a edição especial lançada no final de 2024 para as festas de fim de ano, e a linha de peças inspiradas em fotos icônicas feitas em 1992 por Terry O’Neill.
Colaborações frequentes exigem cláusulas bem amarradas para garantir clareza nas obrigações das partes, nos prazos de uso da imagem, nos percentuais de lucro sobre a venda das peças e no controle sobre a estética e a comunicação da campanha.
Além disso, ao convidar um nome como Bobby Gillespie, cuja atuação é reconhecida na música, mas inexplorada na moda, o grupo Inditex expande o debate sobre coautoria e criação compartilhada: qual o limite entre inspiração, cocriação e autoria? Quais os direitos desse novo colaborador dentro da lógica da indústria fashion?

Esse tipo de parceria também ressalta a importância de políticas internas sobre propriedade intelectual, tanto no uso de estampas e referências musicais, quanto no design das peças e na estética visual da campanha.
A proteção legal do design e da autoria é essencial, especialmente quando se trata de coleções cápsula, por definição limitadas no tempo e na disponibilidade, mas de alto impacto na imagem da marca e de seus colaboradores.
A coleção “The Festival Collection” mostra como moda, música, marketing e direito caminham juntos. Cada detalhe de uma collab como essa, da escolha dos tecidos aos contratos assinados, é um lembrete de que o Fashion Law está por trás de tudo o que vemos (e consumimos) nas passarelas e nas vitrines digitais.
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