Zara Home x Collagerie e os limites do design como arte aplicada: moda, interiores e direito autoral

A segunda colaboração entre Zara Home e Collagerie, batizada de A Common Thread, nos convida a repensar o lugar da arte no cotidiano e sua aplicação em objetos de uso doméstico. Longe de ser apenas mais uma linha de decoração, a coleção traz um diálogo estético entre o contemporâneo minimalista e o artesanal vibrante, resultado da curadoria refinada das duas marcas.

Imagem/reprodução: Zara Home x Collagerie

A proposta da coleção é sensorial: almofadas volumosas, mantas florais, luminárias esculturais e peças pintadas à mão formam um conjunto que alia utilidade e poesia visual. Um dos pontos altos é a participação da artista Kavel Rafferty, cujas obras florais foram adaptadas em tapeçarias e mantas, transformando o lar em uma verdadeira galeria viva.

Imagem/reprodução: Zara Home x Collagerie

Do ponto de vista jurídico, o que essa coleção levanta importantes discussões no campo do Direito da Moda, especialmente no que se refere à propriedade intelectual, direitos autorais e contratos de licenciamento artístico. A incorporação da arte de Kavel Rafferty aos produtos da Zara Home exige um cuidado jurídico robusto: quem detém os direitos sobre as criações? Quais os limites da reprodução? Qual a extensão territorial e temporal do uso das imagens? Como a identidade artística da criadora é preservada dentro de um projeto comercial?

Imagem/reprodução: Zara Home x Collagerie

Além disso, colaborações como essa revelam a necessidade de contratos que reconheçam a autoridade criativa dos artistase ao mesmo tempo protejam os interesses comerciais das marcas. Isso se estende também ao universo da moda, onde estampas, tecidos autorais e intervenções visuais são elementos recorrentes e, muitas vezes, alvo de disputas judiciais.

Imagem/reprodução: Zara Home x Collagerie

Essa integração entre arte, design e produto comercial também tem implicações no branding, na construção de narrativas de valor e no fortalecimento da identidade das marcas envolvidas. No caso de Zara Home e Collagerie, o resultado é uma coleção que traduz o lifestyle contemporâneo com alma, e que exige, nos bastidores, uma estrutura jurídica à altura de sua proposta estética.

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