Sydney Sweeney, American Eagle e os riscos jurídicos por trás de campanhas que viralizam: o caso “great jeans / great genes”

A American Eagle investiu pesado para associar sua imagem à atriz Sydney Sweeney, com uma megaprodução que envolveu outdoors na Times Square, anúncios em redes sociais e uma estratégia agressiva de marketing para atrair a Geração Z. Mas a campanha tomou outro rumo: críticas sobre sexualização da atriz, acusações de racismo e teor subliminar ligado à eugenia.

Imagem/reprodução: Sydney Sweeney

O slogan “Sydney Sweeney Has Great Jeans”, que brinca com a semelhança entre “jeans” (calça jeans) e “genes” (genética), desencadeou um debate acalorado. Internautas apontaram que, ao exaltar os “genes” de uma mulher branca, loira e de olhos azuis, a marca estaria implicitamente sugerindo que esses são os padrões genéticos desejáveis, excluindo outras identidades raciais e corporais.

Do ponto de vista do Fashion Law, esse caso escancara o quanto marcas precisam se cercar de responsabilidade jurídica ao lançar campanhas publicitárias. Há risco de infrações aos direitos da personalidade, discurso discriminatório, publicidade abusiva e até responsabilização civil por danos morais coletivos.

Imagem/reprodução: Pinterest

Além disso, o caso chama atenção para a importância da diversidade nas equipes criativas e da supervisão jurídica sobre narrativas que podem ultrapassar os limites da liberdade criativa. A linha entre provocação publicitária e violação ética é tênue, e o impacto jurídico pode ser imensurável.

A ausência de resposta pública por parte da American Eagle também foi criticada por especialistas. Em um cenário digital onde consumidores reagem em tempo real, o silêncio pode ser mais prejudicial do que o próprio erro. Transparência, pedido de desculpas e responsabilidade comunicacional são exigências atuais da moda enquanto indústria cultural e socialmente ativa.

Essa campanha deixa um alerta importante para designers, marcas, agências e profissionais do direito da moda: hoje, tudo comunica. E o que se comunica precisa estar juridicamente alinhado com valores éticos, culturais e sociais.

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