O Boticário, Natura e Dove são as marcas de beleza mais escolhidas nas favelas — e o Fashion Law observa

O estudo “Tracking das Favelas”, conduzido pela NÓS — Inteligência e Inovação Social em parceria com a PiniOn, revelou que O Boticário, Natura e Dove são as marcas de higiene e beleza mais consumidas nas periferias brasileiras. A pesquisa entrevistou 800 moradores em todo o país e destacou o protagonismo das mulheres como principais decisoras de compra, bem como a relevância da identificação afetiva com as marcas, mais do que o preço ou a propaganda tradicional.

Imagem/reprodução: O Boticário

O Boticário lidera em awareness, fidelidade e intenção de recompra. Natura e Dove ocupam o segundo e terceiro lugares, seguidas por Nivea e Avon. Além disso, o estudo traz um olhar importante: o consumidor da favela é B2C e B2B. Ele consome, mas também empreende — e influencia o mercado.

Esses dados não interessam apenas à publicidade ou ao marketing, mas também ao Fashion Law. O Direito da Moda e da Beleza precisa considerar como as marcas estão se posicionando juridicamente em relação às comunidades que consomem, produzem e influenciam suas narrativas.

Isso envolve contratos de licenciamento e publicidade com influenciadores da periferia, responsabilidade social corporativa, uso ético da imagem coletiva, proteção contra estigmatização cultural e, principalmente, a legalidade e legitimidade das ações afirmativas promovidas pelas marcas.

O Fashion Law não pode ignorar o papel da favela como criadora de cultura e tendência. É preciso atuar de forma preventiva e estratégica para garantir que a relação das marcas com esses territórios seja respeitosa, transparente e juridicamente segura — para ambas as partes.

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