Alto Astral: Byredo lança perfume inspirado no Brasil
- JURÍDICO FASHION

- 27 de ago.
- 2 min de leitura
A Byredo apresentou ao mercado o “Alto Astral” Eau de Parfum, fragrância desenvolvida pelo perfumista Jérome Epinette e descrita pela marca como “radiante e viciante”. Inspirada na energia do Brasil, a criação busca traduzir em notas olfativas a diversidade cultural e o espírito vibrante que fazem parte da identidade nacional.

Do ponto de vista jurídico, o lançamento levanta discussões muito pertinentes ao universo da moda. O primeiro aspecto é o uso da expressão “Alto Astral”. Embora seja uma frase popular no português brasileiro, quando vinculada a uma fragrância de luxo, passa a assumir caráter distintivo e pode ser registrada como marca. Esse movimento demonstra como elementos linguísticos culturais podem ser apropriados comercialmente, exigindo atenção quanto à registrabilidade e ao respeito à autenticidade cultural.
Outro ponto é a campanha publicitária assinada pelo fotógrafo carioca Rafael Maura. Suas imagens, que retratam brasileiros em momentos de intimidade e autenticidade, são protegidas pela legislação de direitos autorais e direitos da personalidade. Isso envolve tanto a titularidade das fotografias quanto a necessidade de autorizações dos retratados, especialmente em uma campanha internacional que expõe rostos e identidades.

Além disso, a própria fragrância levanta debates sobre propriedade intelectual no setor da beleza. Embora composições olfativas sejam mais difíceis de proteger juridicamente em alguns sistemas legais, a embalagem minimalista, o design do frasco e o conjunto visual do produto entram no campo da proteção de trade dress, reforçando como o Direito da Moda ultrapassa o vestuário e alcança também o segmento da perfumaria de luxo.
Por fim, esse lançamento evidencia a tendência das marcas globais de luxo em se apropriar de símbolos culturais locais para criar narrativas universais. No campo jurídico, isso conecta-se às discussões sobre patrimônio cultural imaterial e sobre a fronteira entre inspiração legítima e exploração indevida de expressões culturais, um tema cada vez mais debatido no Fashion Law internacional.
Com o “Alto Astral”, a Byredo não apenas lança uma fragrância sofisticada, mas também cria um caso que une estratégia de marca, valorização cultural e debates jurídicos relevantes para a moda e a beleza.
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