Prada anuncia fundo milionário em parceria com a UNESCO: papel jurídico das marcas na sustentabilidade oceânica

Durante a Conferência da ONU sobre o Oceano, que acontecerá em 2025 na cidade de Nice, na França, o Grupo Prada e a UNESCO anunciaram uma iniciativa que une moda, responsabilidade social e governança global: o lançamento do “Sea Beyond – Multi-Partner Trust Fund for Connecting People and Ocean”.

Imagem/reprodução: Prada

Com um aporte inicial de 2 milhões de euros por parte da Prada, o fundo busca mobilizar recursos de diferentes parceiros institucionais e privados para fortalecer a conexão entre humanidade e oceano, alinhando-se às metas do Decênio das Ciências Marinhas para o Desenvolvimento Sustentável, da ONU. A assinatura oficial do acordo aconteceu no pavilhão da UNESCO, no Palexpo de Nice, com a presença de Audrey Azoulay (Diretora-Geral da UNESCO) e Lorenzo Bertelli (Head de Responsabilidade Social Corporativa do Grupo Prada).

Do ponto de vista do Fashion Law, a criação de um fundo dessa natureza traz implicações jurídicas relevantes. Primeiro, há a necessidade de estruturas contratuais robustas, que assegurem a governança dos recursos, o cumprimento dos objetivos socioambientais e a transparência das ações implementadas. Trata-se de uma operação internacional que exige compliance multilateral, supervisão jurídica permanente e reporte financeiro em conformidade com as normas da ONU.

Além disso, essa ação representa uma forte resposta às crescentes exigências globais sobre sustentabilidade empresarial, especialmente em setores como o da moda, historicamente questionado por seus impactos ambientais. Iniciativas como essa estão cada vez mais amparadas por normativas jurídicas de ESG (Environmental, Social and Governance), que hoje afetam desde a elaboração de contratos com fornecedores até o acesso a linhas de crédito, participação em licitações e relações com stakeholders globais.

Outro ponto importante é que essa ação reforça o conceito de moda como agente de transformação ambiental e social, e evidencia que marcas que desejam se manter relevantes e legalmente protegidas no mercado global precisam ter ações ambientalmente conscientes, e legalmente estruturadas.

O jurídico está (e precisa estar) presente em toda e qualquer iniciativa estratégica de uma marca que deseja dialogar com o futuro.

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