Moda solidária: Bazar Ten Yad amplia impacto social em São Paulo
- JURÍDICO FASHION

- 8 de set.
- 2 min de leitura
O tempo em que brechós e bazares eram vistos com desconfiança já passou. Hoje, com o avanço da economia circular e do consumo consciente, esses espaços se consolidaram como protagonistas de uma nova relação com a moda. Um exemplo emblemático é o Bazar Ten Yad, localizado no coração do Bom Retiro, que há mais de três décadas se tornou referência entre os endereços second hand mais disputados da capital paulista.

Seu diferencial vai muito além das araras repletas de roupas, sapatos, acessórios e móveis. Cada valor arrecadado é revertido para programas assistenciais da instituição, como o projeto “Sopão com Carinho”, que fornece refeições balanceadas a moradores em situação de vulnerabilidade. Nos últimos anos, o bazar registrou crescimento expressivo tanto nas doações quanto no público consumidor, com destaque para a adesão de jovens em busca de peças exclusivas e pequenos empreendedores interessados em revender artigos de moda.
Sob a ótica do Direito da Moda, o caso do Ten Yad suscita reflexões importantes. Em primeiro lugar, sobre os contratos de doação e parcerias institucionais, que garantem segurança jurídica para o funcionamento do bazar. Além disso, a revenda de peças de segunda mão traz à tona discussões sobre propriedade, direitos autorais em estampas, responsabilidade civil em eventuais defeitos ou vícios ocultos e até mesmo sobre a rastreabilidade da cadeia produtiva, questão cada vez mais central no cenário internacional.
Outro ponto essencial é a conexão com as normas de sustentabilidade e compliance socioambiental. A moda sustentável não é apenas um conceito criativo, mas também jurídico, que envolve políticas públicas, incentivos fiscais e práticas de governança corporativa. Projetos como o Ten Yad mostram que a moda pode ser veículo de transformação social, mas dependem de regulamentações sólidas para assegurar continuidade, credibilidade e expansão.
Além disso, ao atrair empreendedores que enxergam oportunidade de negócio na revenda de itens, surgem também desafios ligados à formalização de atividades comerciais, abertura de CNPJs, questões tributárias e concorrência leal dentro desse novo mercado da moda circular. Cada uma dessas questões encontra respaldo no Fashion Law, reforçando a importância de aproximar designers, empresários e instituições sociais do universo jurídico.
O Ten Yad, portanto, não é apenas um bazar: é uma prova de que a moda pode se unir à solidariedade de maneira estruturada, sustentável e juridicamente responsável, ampliando seu impacto muito além das vitrines.
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