Gucci mistura cinema e moda na estreia de The Tiger

Milão foi palco de uma noite histórica quando a Gucci transformou a Bolsa de Valores em um verdadeiro cinema exclusivo para a estreia de The Tiger. Dirigido por Spike Jonze e Halina Reijn, o longa trouxe Demi Moore no papel de Barbara Gucci, matriarca fictícia à frente da maison, em uma narrativa que mistura sátira, drama e ficção científica. A exibição se transformou em desfile: modelos e celebridades usavam as criações de Demna, novo diretor criativo, tornando a experiência um marco híbrido entre passarela e telona.

Imagem/reprodução: Getty Images

A estratégia da grife revela como o luxo contemporâneo exige inovação narrativa. Primeiro, um lookbook. Depois, uma imersão cinematográfica. Por fim, as criações ganhando vida em celebridades durante a pré-estreia. Esse encadeamento mostra que a moda não se limita mais às passarelas, mas dialoga com linguagens diversas, criando experiências sensoriais e reforçando sua identidade global.

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Sob a lente do Direito da Moda, o caso traz inúmeras questões jurídicas: contratos de imagem envolvendo astros como Demi Moore, Gwyneth Paltrow e Serena Williams; contratos de direção artística para Jonze e Reijn; além da proteção autoral de roteiros, figurinos e identidade visual. Há também o desafio de equilibrar o uso artístico da marca Gucci dentro de uma ficção com a sua função comercial, algo que pode gerar discussões sobre licenciamento e exploração econômica de obras derivadas.

Outro ponto relevante é a integração do figurino como elemento narrativo, o que abre espaço para debates sobre fashion copyright. Quando peças de roupa deixam de ser simples vestimentas e se tornam parte essencial da trama, sua proteção jurídica pode ganhar contornos diferenciados. O figurino, nesse contexto, é tanto moda quanto propriedade intelectual.

A Gucci, portanto, não apenas apresentou uma coleção, mas inaugurou uma nova forma de pensar a moda como entretenimento, comunicação e negócio. E onde moda e negócios se encontram, o Direito da Moda sempre está presente.

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