Dior apresenta coleção de outono em Kyoto: tradição, arte e moda com alma jurídica
- JURÍDICO FASHION
- 22 de abr.
- 2 min de leitura
Na noite do dia 15 de abril, a Dior transformou o jardim do Templo Toji, em Kyoto, Japão, em uma passarela de contemplação estética e respeito cultural. Sob a direção criativa de Maria Grazia Chiuri, a maison francesa apresentou sua coleção de outono 2025 com peças que traduzem a fusão entre o minimalismo contemporâneo e a tradição japonesa. O desfile contou com longos sobretudos, vestidos amplos, tecidos com padrões florais vibrantes e modelagens que remetem aos kimonos históricos dos séculos XV e XVI.

Mais do que moda, o evento foi um tributo à história e à arte têxtil japonesa, em especial através da parceria com a centenária Tatsumura Textile Co., responsável pela criação de tecidos exclusivos para a coleção. O processo de desenvolvimento, que durou cerca de um ano, envolveu várias etapas de prototipagem, adaptação de tecidos com fios de prata e escolhas cromáticas que equilibrassem tradição e modernidade.

Esse tipo de desfile, que transcende o vestuário e dialoga com o patrimônio cultural, levanta discussões fundamentais dentro do Fashion Law. Há um conjunto de questões jurídicas envolvidas: desde os contratos de colaboração internacional (que devem proteger os direitos autorais dos artistas locais e garantir repartição justa de benefícios), até o licenciamento de imagem do templo, o uso de propriedade cultural para fins comerciais e o respeito ao patrimônio imaterial de uma nação.

A Dior, como parte do grupo LVMH, já possui um histórico de relação com o Japão desde Christian Dior, que em 1957 reinterpretou o quimono em seus casacos. Mas, em tempos de apropriação cultural sendo amplamente debatida, o cuidado com as origens, as autorizações e a representatividade se tornam não apenas um gesto ético, mas uma exigência jurídica em escala global.

O Direito da Moda, nesse contexto, torna-se guardião da memória cultural, da transparência nas colaborações criativas e da integridade nas narrativas construídas pelas grandes maisons.
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