Carolina Herrera muda a rota e desfila coleção principal em Madri — uma escolha estratégica com forte impacto jurídico
- JURÍDICO FASHION
- 1 de mai.
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A Carolina Herrera anunciou que apresentará sua coleção primavera-verão 2026 em Madri, no dia 18 de setembro. Esta será a primeira vez que a grife fundada pela estilista homônima, atualmente pertencente ao grupo espanhol Puig, desfilará uma coleção principal fora da Semana de Moda de Nova York, onde sempre esteve presente.

Nos últimos dois anos, a marca já havia explorado o conceito de “desfiles-destino” ao apresentar suas coleções Resort no Rio de Janeiro e na Cidade do México. No entanto, esta é a primeira vez que uma coleção de temporada será apresentada fora do calendário oficial nova-iorquino, ainda que com previsão de retorno à NYFW em 2026. Em Madri, o desfile acontecerá em um local ainda não divulgado, mas que, segundo o diretor criativo Wes Gordon, será “iconicamente madrilenho”.
A movimentação também marca uma nova etapa na construção da identidade internacional da marca. Mais do que um desfile, trata-se de um manifesto cultural que contará com colaboração de artesãos e criativos locais — prática que já se mostrou bem-sucedida na coleção Resort 2025, no México. Esse tipo de iniciativa, no entanto, exige uma estrutura jurídica sólida.
Do ponto de vista do Fashion Law, decisões como essa mobilizam temas fundamentais: acordos autorais com colaboradores locais, contratos de licenciamento e uso de imagem, gestão de direitos sobre obras inspiradas na cultura espanhola, análise das leis locais de trabalho e tributação, além de cuidados com o uso de elementos culturais para evitar apropriação indevida. Há, ainda, um aspecto importante relacionado ao planejamento de eventos internacionais: autorizações públicas, seguros, compliance com normas locais e eventuais parcerias institucionais — como foi o caso da exposição patrocinada pela marca no Museu Thyssen, em 2023.
Nos últimos anos, outras maisons também voltaram seus olhares para a Espanha: Dior desfilou em Sevilha em 2022 e a Louis Vuitton em Barcelona. A decisão da Carolina Herrera reforça essa tendência de internacionalização de desfiles principais, com marcas apostando em narrativas locais e novas experiências para impactar diferentes mercados — sem abrir mão de uma sólida estrutura jurídica para sustentar essa movimentação global.
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