Ask Ralph: inovação em IA de Ralph Lauren e os impactos jurídicos no universo da moda
- JURÍDICO FASHION

- 17 de set.
- 2 min de leitura
A Ralph Lauren apresentou oficialmente o Ask Ralph, um chatbot de inteligência artificial desenvolvido em parceria com a Microsoft para oferecer experiências personalizadas de moda. Disponível nos Estados Unidos para dispositivos Apple e Android, o recurso vai além de uma simples recomendação: funciona como um stylist virtual, capaz de sugerir looks completos e até refinar resultados conforme novas instruções do usuário.

Segundo David Lauren, Chief Branding and Innovation Officer, o objetivo é dar continuidade ao pioneirismo da grife em inovação digital — que já havia se destacado há 25 anos ao lançar um e-commerce em colaboração com a Microsoft. Agora, a aposta é na inteligência artificial generativa para fortalecer o relacionamento com consumidores, preservando a autenticidade e a sofisticação que definem o DNA da marca.
No entanto, essa iniciativa abre espaço para discussões centrais no Direito da Moda. A coleta e o uso de dados dos consumidores levantam preocupações jurídicas relacionadas à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e ao GDPR europeu, já que o chatbot interage de forma personalizada e contínua com seus usuários. Há ainda o desafio de assegurar que recomendações automatizadas não reproduzam vieses discriminatórios ou práticas comerciais abusivas, pontos que podem gerar responsabilidade legal para a marca.

Outro aspecto relevante é a propriedade intelectual: como garantir que os outputs gerados pela IA não infrinjam direitos autorais ou de design de terceiros? No universo fashion, em que criações são constantemente reinterpretadas, a definição da autoria em produções assistidas por algoritmos é uma questão ainda sem consenso jurídico.
O Ask Ralph também reforça o debate sobre direito de imagem e branding. Ao se posicionar como um stylist digital, a ferramenta precisa preservar a coerência da identidade de Ralph Lauren, evitando o risco de diluição da marca ou de uma representação que destoe da herança cultural construída ao longo das décadas. Aqui, contratos bem estruturados entre a grife, a Microsoft e os desenvolvedores da IA se tornam essenciais para garantir a consistência e os limites do uso da tecnologia.
A aposta da Ralph Lauren aponta para um futuro em que a moda de luxo dialoga diretamente com a tecnologia, mas sem abrir mão de questões jurídicas fundamentais. Mais do que acompanhar tendências digitais, a grife mostra que inovação e Direito da Moda caminham lado a lado na construção de experiências seguras, sofisticadas e legalmente protegidas.
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