Kering e os impactos jurídicos por trás da queda de vendas da Gucci

O grupo Kering, proprietário de marcas como Gucci, Balenciaga e Bottega Veneta, anunciou uma queda de 14% no faturamento do primeiro trimestre de 2025, totalizando 3,88 bilhões de euros. A principal responsável por essa retração foi a Gucci, que continua enfrentando dificuldades em manter sua performance diante de um cenário econômico global desafiador.

Imagem/reprodução: Kering

Em comunicado oficial, o CEO François-Henri Pinault afirmou que o grupo está “redobrando sua vigilância” para superar as turbulências econômicas que afetam o setor de luxo. A diretora financeira da Kering, Armelle Poulou, também destacou a possibilidade de aumentos de preços para compensar os impactos de tarifas alfandegárias impostas pelos Estados Unidos.

E o que tudo isso tem a ver com o Direito da Moda? Absolutamente tudo.

Nos bastidores, uma retração como essa exige uma atuação jurídica intensa e estratégica. Primeiramente, há a necessidade de revisão e renegociação de contratos com fornecedores, distribuidores, licenciatários e franquias, especialmente diante de um cenário de margem de lucro comprimida e possíveis mudanças de preço. Além disso, a resposta da marca a contextos alfandegários envolve conhecimentos em comércio internacional, direito tributário e direito regulatório — o que requer análises complexas sobre as possibilidades e limites legais de repassar custos ao consumidor final.

O Fashion Law também atua na proteção da marca e dos ativos intangíveis da empresa, evitando que a instabilidade momentânea comprometa seu posicionamento e valor de mercado. Estratégias de gestão de crise, compliance, reestruturação societária e até redirecionamento criativo passam pelo crivo jurídico em empresas desse porte.

Vale lembrar ainda que, em um ambiente de incerteza econômica, a comunicação da marca precisa ser extremamente cuidadosa, obedecendo normas de transparência e evitando riscos reputacionais — algo que também passa por análise contratual, regulatória e de governança.

O caso da Kering é um exemplo vivo de como o Fashion Law se manifesta de forma estratégica, silenciosa e essencial em grandes movimentos do mercado global de moda.

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